segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Copiando e colando







(...)PÉ estranho como que, mesmo sem querer, tomamos o outro como parâmetro, para nossas desgraças e conquistas. Parece que somente diante das histórias alheias realmente somos"

Minha irmã me enviou este texto muito simples, mas cheio de verdades, pois só tomamos parâmetros e conquistas realmente diante da história do outro e esquecemos que também fazemos história e às vezes muito mais interessante. Comigo aconteceu no dia das eleições de 2012 eu acordei de mau humor, com ódio, a pessoa que transferiu meu destino, transferiu também meu título, e eu ia pela primeira vez votar nesta selva de pedra, então eu esperava o pior, o próprio inferno de Dante,e qual foi minha surpresa, embora o calor dessa a impressão que eu estivesse a queimar nas chamas do inferno,mas ao entrar no meu colégio eleitoral eu encontrei um local aconchegante,fresco(ar condicionado) médicos todo policiado,e eu antes de entrar fiz algo que nunca pensei ou esperava de mim havia um monte de pessoas para atravessar e os carros não paravam pois eu entrei na frente dos carros e de braços estendidos fiz eles pararem eu me senti o guarda-de trânsito o lado da outra via vendo que o da direita parou logo pararam também e todos atravessaram em paz.Voltando ao texto propriamente dito.

(...)
Da janela do apê de minha tia, era essa a visão que tinhamos,não é mesmo de se endoidar?
A paz com certeza está dentro de nós. Num simples domingo, o sol dourando meu rosto durante a caminhada matinal, a leitura sem pressa na banca de revistas, o sorriso ao desconhecido que passa.

Voltar para casa com um frango de padaria para o almoço, a tranquilidade de ser simplesmente o que se é, sem excessos e com poucas carências, até porque ser humano sem carências não há.

Eu me sentia assim quando eu estava ao lado do meu amor (verbo atemporal) hoje eu não posso mais ver as manhãs de sábado nem de domingo com os homens sempre trazendo para casa os frangos assados de padaria,FAZ 1 ano 3 meses e 8 dias que não sei o que é ter este prazder que parece que só se completava com a presença dele,aquele ser amado na cozinha se mexendo pra lá e pra cá inventando eu sei lá o que dava nele aos domingos na cozinha e comiamos meio a meio o frango todo eu fiquei gordinha e me perguntei muitas vezes após perder 15 quilos será que ele me deixou porque engordei? Estou sempre no será, no tal e Se?

E meu dia simples não terminou ai, eu fui visitar um rapaz que eu conheci, ele tentou contra a sua vida, e o mais estranho, não havia aparecido nenhum colega da fraternidade, irmandade a p.q.p. simplesmente não havia “mãos em minhas mãos, para que possamos juntos fazer o que sozinhos somos incapazes de fazer”.

Lindo slogan, só clichês, frases feitas, o cara tava lá babando, lindo, e tombado eu fiz massagem nos pés dele, nas mãos e coloquei na cabeça dele uma toalha molhadinha pois a casa fervia.Mas a coisa não para por ai ,havia na casa, uma senhora idosa,careca de tudo,e ai eu me lembrei de minha avó ,tratada e amada pela minha irmã ,com carinho,sempre arrumadinha, e minha mãezinha também ,fazendo os pés e as mãos, ela cega, e surda pela diabetes(doença infernal) mas se embelezava, os cabelos brancos como a prata a pele linda avermelhada,e ela de colarzinho de pérola,roupinha bonitinha como se fosse sair.

Só que saiu para a morte.

E eu to com saudade dos meus mortos, de minha tia uma família Batista,gente fina ,de bem, com três filhos lindos, um da marinha ,outro da aeronáutica, e um advogado,aquele apartamento lindo na Tijuca no RJ,a casa cheirava chocolate quente,ela era chamada carinhosamente de tia Mimi,tudo acabou, não sobrou ninguém, e nada para contar a história, eu rasguei todas as fotos.

O meu amor (verbo atemporal) quando se foi, e largou todas as fotos dele, me disse jogue fora.Ele não quis levar nem meu rosto, da para acreditar?Nem o dele,é um animal, em jovem perdeu todo seu referencial quando fugiram de perto do pai ,são fugitivos contumaz, eu tinha de ter percebido os sinais, que eu ia ser outra abandonada, como o pai dele foi,eles são doentes mentais, ele não tem nada dele em criança, em jovem, e nem dos 20 aos 38 ,e foi embora o que ele terá?Esqueceu que vai envelhecer e vai querer se ver e não verá, e terá só na memória ,aquilo que nunca foi.

Que merda de vida!


(...)

É estranho como que, mesmo sem querer, tomamos o outro como parâmetro, para nossas desgraças e conquistas. Parece que somente diante das histórias alheias realmente somos. Talvez seja por isso que tantos se fixam nas televisões, para viver vidas outras, para saber-se em algum lugar.

O velho Sócrates, diante do templo de Delfos, contemplava o seu bom lema:“Conhece-te a ti mesmo”. Será que ele previa que esse autoconhecimento estaria conectado a tantas vidas? Sigamos olhando o outro para então entender quem somos ‘diante do outro’ e não ‘para o outro’.







Dias de paz
por Samanta Obadia

Um comentário:

  1. Eu mesma faço um comentário o texto começa com "È" e não "Pé" e que eu estava enlouquecida nesta internet após meses sem,e de ver TV absolutamente nada,digo,eu estava na era do rádio,e saibam não existe depois de um livro um melhor amigo e companheiro que o rádio,o rádio é ainda melhor que a TV.... Foi ótimo! eu descobri que não precisamos nada disso.

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